Sobre o Hospital Cheio de História: Santa Catarina
Vamos contar a história do Hospital Santa Catarina, que com muitas mudanças ao longo do tempo, ainda, permanece com uma parte da construção original e muitas curiosidades que valem a pena conhecer. O hospital comemora este ano 112 anos de existência.
A história começa em 31 de dezembro de 1897, quando irmãs da Congregação das Irmãs de Santa Catarina chegaram para educar as filhas de alemães que viviam em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Começaram com um colégio e, posteriormente, criaram na cidade o Hospital Santa Tereza.
Junto com elas veio a Irmã Beata Heinrich, que foi encarregada de fundar um hospital em São Paulo. A partir de 1901, após muitas dificuldades para conseguir um local que pudesse abrigar um hospital e tendo de se mudar com seus pacientes de uma casa para outra, a Congregação das Irmãs de Santa Catarina comprou um terreno na recém lançada Avenida Paulista, que na época ainda era um matagal.
Em 1903, a irmã Beata Heinrich junto com o abade do Mosteiro de São Bento, dom Miguel Kruse e o médico austríaco Dr.Walter Seng, começaram a pensar num hospital voltado ao atendimento da comunidade de São Paulo.
Com a ajuda financeira da Alemanha e pessoas caridosas, foi construído o primeiro prédio, que foi idealizado pelo engenheiro Maximiliano Hehl, e inaugurado em 06 de fevereiro de 1906, com o nome de Sanatório Santa Catarina, tendo como diretora a Irmã Beata e o médico Dr. Seng como diretor técnico do hospital, que tinha 40 leitos.
Segundo a Revista Ser Médico do CREMESP – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, o Sanatório Santa Catarina, nas “revoluções de 1924 e 1932, transformou-se em asilo de refugiados e funcionou como banco de sangue”.
A Capela do Hospital Santa Catarina foi inaugurada em 1920.
Nas arcadas dos jardins entre a Capela e o Parlatório da casa das irmãs, o pintor italiano Marco Ulgheri retratou a vida de Santa Catarina em cinco afrescos, concluído em 1998.
Dentro da capela, os visitantes encontram belas obras de arte, afrescos, esculturas e vitrais são responsáveis pelas cores do espaço. Para os cânticos, foi instalado um órgão Walcker de 600 tubos em 1958.
Seguindo a tendência de verticalização da avenida Paulista, em 1949 foi concluído no local um novo prédio de sete andares que passou a sediar a Escola de Auxiliares de Enfermagem Santa Catarina, além do hospital. A escola chegou a ter curso universitário, mas hoje mantém apenas os de nível técnico”.
Na fachada deste prédio, foi inaugurado em 2002 vinte e quatro painéis de bronze e três medalhões. O projeto foi idealizado e desenvolvido por Marco Ulgheri e remete a evolução da medicina e do pensamento humano. Ideias são propostas nas frases que estão em cada peça. O baixo relevo de cada painel é proposital para que o observador tenha uma noção melhor da cronologia a que se refere a obra. A exposição vai desde o estudo da vida após a morte passando pela medicina cultural indo até a área da robótica.
Em um dos painéis, um desenho de um Pulmão com a inscrição “Lado a lado no pulmão, Todo o ar que se renova, Em constante oposição”. Além das obras de arte, a própria arquitetura do prédio também chama atenção pelo seu estilo, que contrasta os diversos estilos arquitetônicos do complexo e, também, com os modernos prédios da Avenida Paulista.
Na foto acima, vemos, ao centro, a capela e, à esquerda, acima, um pequeno pedaço do prédio de 1949 e, em destaque, o edifício mais novo do Hospital Santa Catarina e sua nova entrada.
O site da Revista Vitruvius publicou que “seus diversos blocos construídos em momentos diferentes foram projetados por diversos arquitetos ao longo do funcionamento do Hospital, como Antônio Rapp, Jorge Przirembel, Adolpho R. Morales e Fábio Sá Moreira entre outros. Trata-se do primeiro hospital particular da cidade no estilo europeu e fundado por religiosas (…), criadoras da escola que até os dias de hoje, forma as enfermeiras que trabalham e coordenam os atendimentos desse Hospital”.
Como podemos ver na foto abaixo a mistura de estilos arquitetônicos, no hall de entrada do novo edifício do hospital, em que o vidro “recorta” a construção antiga da capela.
Além do hospital e da escola, o Santa Catariana tem algumas curiosidades que podem interessar a qualquer pessoa, inclusive motivando uma visita ao local, como o marco de 2006, da comemoração dos 100 anos de existência da instituição.
Mais de 1 milhão de pessoas circulam diariamente pela Avenida Paulista, e apenas trinta delas, em média, frequentam a segunda maior área verde da via. Com 3 925 metros quadrados, o jardim do Hospital Santa Catarina só perde em tamanho para o Parque Trianon. Há cerca de 180 árvores por lá, como ciprestes, cerejeiras, pinheiros e palmeiras.
O local possui também aproximadamente 100 tipos de planta, a exemplo de jasmim, camélia, antúrio, hortênsia e gardênia, e sete espécies de ave (sabiá, periquito, papagaio, bem-te-vi, pardal, beija-flor e rola).
Oferece ainda um acervo histórico da instituição (…), com equipamentos utilizados pelos médicos de décadas passadas, como uma assustadora machadinha cirúrgica (veja mais abaixo). O lugar permanece aberto de segunda a sexta, das 9h às 16h30, com acesso pelo número 200, ao lado da Estação Brigadeiro do metrô.