Com uma nova configuração, a mostra volta ao Conjunto Nacional com 70 ambientes em 9 mil m2

MCA Estudio/CASACOR

Principal evento da maior plataforma cultural de arquitetura, paisagismo e design de interiores das Américas, a CASACOR São Paulo 2024 já começou e acontece no Conjunto Nacional, pelo 3o ano,  até 28 de julho.

De Presente, O Agora é o tema da mostra, que ocupa um espaço de 9 mil m² de área construída com 5 áreas dedicadas a exposições e instalações artísticas e 70 ambientes, entre 8 estúdios e lofts, 16 casas, 7 jardins, 6 operações de restaurante, bar e café, 5 banheiros unissex com espaço família, 4 lojas e operações comerciais, além de quartos, lavabos, salas de leitura, home office, home cinema, lavanderia, cozinhas, livings e até um espaço de coworking funcional, que pode ser usado pelos visitantes.

Entre as iniciativas de sustentabilidade, a meta do ano é alcançar 100% de reaproveitamento (a marca tem 99,8% atualmente) no programa de gestão de resíduos e 100% de compensação para as emissões de carbono pelo 3o ano consecutivo – eles possuem certificação Lixo Zero há 8 anos.

Nesta edição, a CASACOR São Paulo irá doar para o Fazendinhando – instituto de transformação territorial, cultural e socioambiental que atua em favelas, feito por e para os moradores – a quantia de R$1,00 por cada ingresso vendido.

Outra novidade é a nova versão do app CASACOR, que tem funcionalidade de realidade aumentada, pela qual será possível fotografar as peças expostas nos ambientes e obter informações completas, e permite fazer reservas em restaurantes e bares da mostra, que estarão disponíveis sem passar por todo o circuito.

Conheça todos os ambientes:

Mônica Costa Paisagismo: Vista Xingu

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Ao criar um espaço dedicado ao Rio Xingu, que nasce no Centro-Oeste e atravessa a Amazônia, a paisagista busca promover a conscientização sobre a utilização responsável dos recursos naturais em seu jardim de 265m². Em um ambiente que incentiva a desconexão com a vida urbana, foram aplicadas vegetações diversas e madeira carbonizada, construindo divisórias e recipientes para plantas. Nas laterais, a disposição das ripas sugere uma representação simbólica de um código de barras, fazendo alusão ao comércio legal. O uso de deque de cumaru e a escultura de um banco a partir de um tronco caído exemplificam métodos sustentáveis de aproveitamento da matéria-prima.

 

Daniela Funari Arquitetura: Ambiente Solos

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Ao ingressar na CASACOR São Paulo, a conexão entre o litoral e o interior do país fica evidente: a tonalidade da areia das praias colore a área mais clara, contrastando com o tom mais escuro da terra à medida que se distancia do oceano. Distribuídos ao longo de 115m², a bilheteria, a chapelaria e um espaço de descanso exibem uma cuidadosa seleção de móveis produzidos localmente com materiais nobres, como madeira e pedra. Obras de Annike Limborço e, em particular, o tapete intitulado “Coragem”, criado por Rapha Preto, que utiliza fibras provenientes de carpetes antigos e redes de pesca resgatadas do mar, chamam os olhares dos visitantes.

 

Carla Felippi: Lounge Bar Happiness Alfa Realty

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A luminosidade, com seu impacto em nosso estado de ânimo, tem um papel significativo na construção dos 85m² do lounge da arquitetura. Por trás da treliça, que também percorre o teto, um grande painel de tela esticada imita o efeito da luz solar, enquanto vários outros ambientes iluminados – incluindo um segmento estroboscópico – geram uma experiência sensorial que oscila entre serenidade e excitação. Os espelhos posicionados nos pilares, revestidos com um MDF ripado capaz de seguir sua curvatura são, na perspectiva da profissional, um convite para voltar o olhar para trás.

 

Gabriela Prado: Refúgio Ancestral

A mudança no teto, que lembra um vitral, reflete modernidade quando a faixa de led que atravessa sua estrutura se acende e ilumina o espaço de 152m². O Bar Caracol funciona em cima de um piso variado de cerâmica e porcelanato, com padrão orgânico em tons de cinza e azul. Duas paredes ripadas curvas trazem dinamismo ao ambiente, caracterizado por móveis de formas retas. Exceto pelo sofá oval na entrada, que é assinado pelo designer egípcio Karim Rashid, novidade apresentada exclusivamente na CASACOR São Paulo.

 

Red Square Arquitetura: Ilhas de Reflexão

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O trânsito fluído e a iluminação bem planejada são dois atrativos do banheiro funcional de 48m², criação das arquitetas Débora Pinheiro e Renata Nascimento. A cabine central disposta como uma ilha, enfatizada através de fontes de luz direcionadas de cima, incorpora o conceito de reflexão e demonstra um pensamento inteligente ao esconder discretamente o ponto do hidrante, que não pôde ser movido. A presença da biofilia também é evidente com o uso das placas de pedra que formam a bancada, juntamente com as plantas que a ocupam.

 

Navarro Arquitetura: Reflexos Banco BRB

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Materiais reflexivos cuidadosamente posicionados no lounge de 130m² colocam em pauta a transitoriedade das coisas e fugacidade do tempo. A seleção de peças focou em valorizar o tempo e as memórias emocionais, de acordo com José Navarro, arquiteto responsável também pelo design de todo o mobiliário. Num excelente exemplo de reutilização, a poltrona com revestimento azul teve seu encosto elaborado a partir dos rejeitos da própria fábrica. O arquiteto também revela uma técnica de climatização discreta: incorporado em um piso elevado reaproveitado, o espelho d’água opera como um sistema de resfriamento passivo do ar.

 

Marcelo Salum: Duratex em As Rosas Falam

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A pesquisa realizada pelo arquiteto, parte integral de seu método criativo, o levou a se aprofundar em estudos sobre a proporção áurea com foco nas flores e, consequentemente, na celebração do feminino. Matizes de azul e rosa acompanham a madeira clara no padrão Bétula, lançamento da Duratex que cobre o piso, o teto e partes das paredes da casa projetada em 260m². O mobiliário apresenta peças de Jader Almeida, Maurício Arruda, Suite Design e algumas criadas pelo próprio arquiteto em colaboração com Frederico Cruz. Obras de arte de Claudia Liz e Paulo von Poser completam a atmosfera aconchegante, assim como fotografias de Denilson Machado e Salvador Cordaro, entre outros artistas.

 

Gisele Taranto Arquitetura: Memórias Deca

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O espaço procura estabelecer uma ligação entre a marca e o público através de fragmentos de seus 30 anos de trajetória no dia a dia das pessoas. Quatro estágios se desenrolam ao longo dos 390m², exibindo desde esboços originais, desenhados à mão, até estudos de projetos criados por inteligência artificial, incluindo equipamentos fabricados por impressoras 3D e experiências sensoriais. “Mais do que uma vitrine, é uma celebração das pessoas, das paixões e do pioneirismo”, revela a arquiteta. A sustentabilidade serve como elemento unificador, que contempla desde o revestimento do piso, feito com resíduos da produção de louças da fábrica, até a iluminação de LED no teto, incentivando uma reflexão sobre o uso consciente da água.

 

José Roberto Moreira do Valle: Loft do Jovem Executivo

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No loft de 113m², o estilo contemporâneo e o clássico se alternam. A seleção de cores neutras abrange preto, tons de bege e terrosos, criando uma atmosfera tranquila. Móveis modernos contrastam com peças que representam a tradição, como a cômoda bombê – feita de madeira e com formas curvas – e o lustre de cristais. O ambiente acolhedor é reforçado pelo mosaico na parede e pelos paineis de madeira que revestem o espaço.

 

Leo Shehtman Arquitetura e Design: Dell Anno Global Living

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No espaço de 130m², o arquiteto exibe um ambiente cosmopolita inspirado nos lofts cativantes de Nova York. Uma seleção cuidadosa de design e obras de arte contemporâneas coexiste com a informalidade dos acabamentos industriais, características distintivas desse estilo arquitetônico. Desde os tijolos pretos que revestem as paredes até as pedras naturais no piso da cozinha, incluindo a combinação de vidro e estruturas metálicas no closet, o projeto destaca as texturas e a robustez dos materiais.

 

Cacau Ribeiro Interiores: Nosso Próprio Tempo

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Desfrutar ao máximo os dias, receber amigos e viajar: esse modo de vida ideal foi encarnado por um casal mais velho, para quem esta residência de 120m² foi projetada. Priorizando o conforto e o bom design, os residentes deste loft desejam viver cercados de boas lembranças. Peças de mobiliário criadas pela designer de interiores se misturam com outras de Alfio Lisi e Isabelle De Mari, além da icônica luminária Sampei, do italiano Enzo Calabrese. Em prol de práticas sustentáveis, apenas tintas à base d’água, lâmpadas de LED e dispositivos elétricos eficientes foram usados no espaço.

 

Brunete Fraccaroli Arquitetura e Interiores: Transcendendo Épocas

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A marca ousada e vibrante da arquiteta ocupa, desta vez, um loft de 74m², projetado para um morador jovem e contemporâneo. Este personagem é representado em tamanho real por uma escultura de papel criada em colaboração com a artista visual Mariana Kamilos. No mobiliário, destacam-se peças de Jader Almeida e Roberta Banqueri. Chamam a atenção também o tapete de formato inusitado e a cortina de correntes, além da escolha sustentável de materiais que poderão ser reutilizados após o fim da exposição.

 

Studio Ro+Ca: Loft Celmar 2064

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Unir ancestralidade e tecnologia, deixando uma marca para o futuro: essa ideia gerou a proposta dos arquitetos Rodrigo Beze, Carlos Carvalho e Caio Carvalho. Transformando ideias em um espaço-cápsula, o loft de 143m² foi pensado tanto para o presente quanto para os próximos 40 anos. A combinação de materiais rústicos e modernos é destacada na bancada da cozinha, que mistura inox e pedra natural de maneira inovadora. Uma abertura no teto permite a entrada de mais luz natural, preenchido com móveis da linha de design dos irmãos Carvalho.

 

Bia Abreu: Jardim O tom do amanhã

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Qual tom você escolheria para o seu futuro? Em uma era de automação de processos, a paisagista se interessa por refletir sobre as relações humanas. Por isso, ela desenhou um espaço valorizando o trabalho manual. Seus jardins contemplam o esforço humano e o poder da transformação, cercado de espécies do Cerrado e outras plantas tropicais – como acácia-pompom, jasmim-manga, lavandas e capins – contribuindo para o efeito visual e olfativo presentes no ambiente. O espelho escultural de Thomas Graeff amplia a percepção do espaço de 50m², com bancos dispostos para permitir uma contemplação prolongada.

 

NJ+ | Nildo José: Casa LG

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Os caules de bambu partidos ao meio inspiraram a aparência do volume sinuoso de MDF usinado que percorre os 340m² quadrados da Casa LG. Os conhecimentos dos indígenas guaranis, centrados nos conceitos de Ñe’é (alma) e Mbya (princípio da pessoa), foram utilizados pelo experiente arquiteto para explorar o tema “De Presente, o Agora”. Nasceu, assim, uma casa em homenagem à alma, onde se pode respirar tranquilidade, positividade, sutileza e simplicidade. Junto com a paleta leve de tons neutros e rosados, o verde exuberante se destaca, assim como as obras de arte feitas por representantes de povos indígenas.

 

Thiago Borges Arquitetura da Paisagem: Jardim dos Quatro Elementos

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O extenso jardim de 250m² harmoniza água, fogo, terra e ar. Três espelhos d’água com cascatas geram a sonoridade das corredeiras, enquanto cinco lareiras trazem o calor das chamas. A vegetação inclui um trecho com tamareiras e se combina com uma ampla cobertura que protege toda a área. A estrutura, montada artesanalmente com bambu, material leve e renovável, contribui para a sustentabilidade devido à construção limpa, assim como o projeto de iluminação, todo especificado com LEDs.

 

Gil Fialho Paisagismo: Jardim Funcional Peugeot

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Um jardim projetado para atrair a avifauna: nele há abrigo, frutos e néctar tanto para as aves quanto para os polinizadores, aumentando a biodiversidade do entorno. Para acomodar o carro elétrico da Peugeot, a garagem com teto retrátil também serve como espaço de convivência. A densa vegetação ao longo dos 200m² celebra as espécies tropicais, enquanto o varal com plantas epífitas demonstra que basta um fio esticado como suporte para assegurar a presença do verde.

 

Natan Gil Arquitetura: Casa do Silêncio Peugeot

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Numa era que gera um volume e um fluxo enormes de informações, aos quais todos estamos expostos, oferecer silêncio é algo valioso. Ao combinar uma paleta de tons neutros com o design minimalista do mobiliário – sofá, poltronas, cadeiras, cama e o espelho foram criados especialmente para a mostra – a intenção é proporcionar uma experiência multissensorial. O espaço de 142m² inclui ainda uma instalação artística suspensa projetada pelo arquiteto, refletindo o verde do jardim ao lado

 

AD|VP Arquitetura: Estúdio Refúgio de Memórias

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Nesse espaço, o Estúdio resgata a essência da nostalgia como celebração do presente, enriquecido pelas experiências vividas. Assim, a dupla Andressa Danielli e Vanessa Pasqual apresenta seu estúdio acessível de 88m². As referências sutis ao tema desta edição da CASACOR começam no piso de formato orgânico, evocando a fluidez do tempo. No painel retroiluminado atrás do sofá, o revestimento com base de argila reutiliza resíduos de brita e rejeitos da indústria de placas refratárias.

 

Fragmento Arquitetura: Terra Vinum

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Reconhecido como um dos melhores bares de vinho do Brasil, o Bardega chega a CASACOR contemplando 230m². Por isso, sua arquitetura remete a adegas tradicionais com paredes de pedra, teto de madeira certificada e estruturas metálicas. Os arquitetos Andresa Frutuoso de Souza, Rudolf Andreas Riederer, Stephanie Lavos e Felipe Alves de Oliveira exploram a conexão com a natureza do ponto de vista enológico, onde o vinho se transforma em um item cultural e social, unindo as pessoas em momentos de convivência e celebração. No paisagismo, que integra o interior ao exterior, o grupo escolheu plantas nativas e uma iluminação suave.

 

Panapaná Estúdio: Banheiro Sincrético

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Ao evocar o sincretismo dos brasileiros como um processo de fusão cultural, a arquiteta Isadora Araújo homenageia duas figuras: Sant’Anna, mãe de Nossa Senhora no catolicismo, e Nanã Buruquê, a orixá das águas calmas. No banheiro unissex de 40m², o mármore calacata faz referência ao manto da avó de Jesus, enquanto o cobre, associado à entidade africana, é usado em portas e metais. Pisos instalados por encaixe e a paginação de revestimentos com o mínimo de cortes facilitam o reaproveitamento das peças. Leds, torneiras automáticas e válvulas de descarga de duplo fluxo completam as soluções sustentáveis.

 

Fernanda Marques Arquitetura: Terrae Brasilis Hunter Douglas

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Fazer uma pausa na correria diária para contemplação é o convite irrecusável da arquiteta para os visitantes de seu espaço de 160m². O mobiliário escolhido – entre o sofá Landscape e as poltronas Maxx –, também projetados pela arquiteta, combina perfeitamente com a estrutura de madeira, que preenche todo o teto, símbolo de união e transcendência.

 

Renato Mendonça: Casa Átimo

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Reconhecer a história e projetar o futuro, sempre com foco no presente: essa é a essência dos 110m² com sala integrada à cozinha, quarto com home office e varanda de Renato Mendonça, que retorna à CASACOR este ano. Em um chamado “reino possível”, a escolha pela pintura de grandes dimensões da série Empire, de Tiago Mestre, se mistura com a grandiosidade do pé-direito, que chega a 5 metros, com teto inclinado. No closet, destaca-se a escultura de Gustavo Rezende: o homem inclinado em direção à tela do celular, enquadrado no corte da parede da cabeceira, questionando a incapacidade de desconectar.

 

Bruno Moraes: Acalanto e Encontros

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Na sala de estar de 59m², móveis e objetos de designers e artistas brasileiros de diferentes épocas se misturam, criando um diálogo entre o antigo e o novo. Um tapete de fibras recicladas destaca-se, incorporando uma cantiga ancestral de ninar em tupi em seu design, criado por inteligência artificial.

 

Johnny Viana Arquitetura: Colmeia com Mel

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O profissional destaca o trabalho ecológico das abelhas no restaurante Badebec, visando uma vida mais sustentável. No espaço de 346m², o design evoca colmeias, com móveis do escritório, tapeçaria feita de resíduos têxteis e esculturas com sobras de aço.

 

Juliana Cascaes: Galeria Martins&Montero

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A galeria Martins&Montero, projetada como um loft de colecionador em 150m², traz a sensação de estar em uma galeria de arte. Entre diversas obras à venda, incluindo uma pintura azul site-specific de Lydia Okumura escolhida pela arquiteta para um canto, o piso de madeira de demolição contribui para uma atmosfera urbana reminiscente de Nova York.

 

Aline Borges Arquitetura: O Sertão é Dentro da Gente

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O projeto do banheiro unissex, com espaço família e área para amamentação, abraça a ideia de encontrar beleza na rusticidade interior de cada pessoa, inspirada em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. As paredes são revestidas de terra, com um jardim minimalista criado pela paisagista Gabi Piccino e um mural do artista Speto. Cada detalhe dos 55m² estimula os sentidos com uma estética árida combinada com toques contemporâneos que refletem a identidade brasileira.

 

Gustavo Scaramella: Hall do Apartamento

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A área de 44m² desse hall é fundamentada nas experiências de garimpo, memórias e na natureza eclética do universo criativo do arquiteto. A mistura de peças novas e antigas cria uma narrativa multifacetada. O ambiente resultante é uma mescla de passado, presente e futuro, como evidenciado pelo piso de madeira tauari bicolor com círculos de mármore nacional. O teto, pintado em tom verde-amarelado, é adornado com peças em relevo, acrescentando outro ponto de interesse ao espaço.

 

Gabi Pileggi e Luciana Bacheschi: Pátio Brasileiro

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Os pátios europeus ganham um novo enfoque no jardim contemplativo de 50m² planejado pela dupla de paisagistas. Com respeito pela biofilia e vegetação nativa, elas demonstram que a flora biodiversa e a estética natural podem estar presentes em áreas externas modernas, oferecendo conforto térmico, acolhimento visual, paz e privacidade. Pisos e vasos artesanais completam o cenário.

 

DB Arquitetos: Living por David Bastos

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Tons de cinza contrastando com cores primárias, presentes na pintura muralista de Fefe Talavera retratando quatro orixás, caracterizam o living de 173m² projetado por David Bastos. O espaço combina o estilo minimalista clássico com a história urbana brasileira. Elementos sustentáveis são evidentes nos livros reaproveitados e na escolha de poucas soluções construtivas, destacando as instalações do prédio tombado do Conjunto Nacional.

 

Rosa May Sampaio Decoração de Interiores: Movimento, Espaço, Tempo

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Duas mesas quadradas próximas permitem que a sala de jantar planejada por Rosa May Sampaio funcione como escritório em certos períodos do dia. Juntas, acomodam até 12 pessoas para refeições, iluminadas por pendentes de vidro soprado dos designers tchecos Michaela Tomiskova e Jakub Jandourek. O espaço de 50m², com tapete de fibra natural e paredes de tijolos, é versátil para diversas ocasiões em família.

 

Gabriel Rosa: Lavabo Terra Sagrada

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Em sua estreia na CASACOR, o arquiteto se inspirou na tradição e espiritualidade dos himbas, habitantes do norte da Namíbia e último povo seminômade da África, profundamente conectados com seu território e referências culturais. Texturas, cores terrosas, cerâmicas artesanais, padrões geométricos e materiais naturais criam uma experiência sensorial no lavabo de 27m², aproximando-o dessa cultura que valoriza os antepassados, a gratidão e a natureza.

 

Rodolfo Consoli: Home Office

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Planejado para um jovem carioca que trabalha em São Paulo se sentir acolhido, o home office de 46m² possui paineis de carvalho claro nas paredes, persianas de madeira e várias plantas. “Tudo para deixar a ambiência mais leve”, diz o arquiteto, que desenhou as mesas de centro e lateral de mármore. No mobiliário, destacam-se o sofá Maralunga de Vico Magistretti, estofado em veludo mostarda, a cadeira Commander de Jorge Zalszupin e o baú Nelson Miniature Chest de George Nelson.

 

Paulo Azevedo: Cabana do Lago

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Construído para um casal de biólogos iniciar uma nova fase após a emancipação dos filhos, o refúgio de fim de semana traz a estética folk tradicional (misturando padrões de xadrez, floral e listras) para o século 21. Divididos entre um hall com sala e um espaço multifuncional de ateliê e biblioteca, os 70m² evocam o passado com uma decoração única, que inclui piso de madeira, móveis antigos, tapetes orientais e óleos sobre tela de Bruno Passos, com uma obra acima da lareira.

 

Weiss Arquitetura: Galeria Essere

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Inspirados pelas lembranças de antigas fazendas, os arquitetos Bárbara Carvalho e Tide Junqueira idealizam um corredor para os quartos que funciona como uma galeria pessoal. O espaço de 70m² inclui lareira central e mesa para jogos. Papel de parede com visual desgastado cria um cenário tradicional, complementado pelo teto baixo e pelo forro estilo saia e blusa, harmonizando com obras dos artistas Gabriel Nehemy, Isabella Forzza, Maysa Pettes e Ana Isméria.

 

Romário Rodrigues: Páginas do Tempo

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A sala de leitura da família combina aparência e literatura como registros que atravessam o tempo. Os 38m² incluem lareira e um bar suspenso iluminado, moldado com quartzito perla santana, extraído no Ceará. O maximalismo reflete a ampliação proporcionada pela leitura. Peças de antiquário e design-arte – como a chaise Rio, de Oscar Niemeyer, e a escultura de Sérvulo Esmeraldo – destacam raízes, memórias e referências.

 

Studio Marca Arquitetura e Engenharia: Refúgio para Gabi

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Uma pesquisa sobre diversas abordagens educacionais aplicadas ao design e à arquitetura fundamenta o quarto infantil com varanda de Camila Vazquez e André Spadoni, em honra à filha do casal. “Dar prioridade ao desenvolvimento infantil de maneira saudável e em contato com a natureza é garantir um legado positivo para o amanhã”, afirmam os dois. Para proporcionar conforto, segurança e ausência de dispositivos eletrônicos, o espaço de 38 metros quadrados destaca móveis, brinquedos de madeira e materiais orgânicos, como vime, ratã e algodão.

 

Kesley Santiago: Quarto Njinga

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O espaço do bebê ocupa uma área de 25m², refletindo a elegância, a sagacidade e a estética do povo mbundu. Este é um dos principais grupos étnicos de Angola, cuja representação inclui a figura da rainha Njinga, dos reinos Ndongo e Matamba, reconhecida por sua resistência e liderança contra a ocupação portuguesa. Inspirada por suas raízes, a arquiteta criou todos os móveis, assim como o revestimento de parede, o tapete e o enxoval, utilizando materiais como palha, madeira, ferro, sisal e elementos da paisagem da savana africana.

 

Migs Arquitetura (Adriana Valle e Patricia Carvalho): Suíte do Casal

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A carpintaria é o ponto focal do plano criado pela dupla por trás da Migs Arquitetura: a prateleira simples conta a história do par e o muxarabi de influência oriental divide de forma suave a suíte de 74m², equipada com área de estar e guarda-roupa. No mobiliário, estão presentes criadores brasileiros e peças de época e próprias. Feminilidade, tradição e ecologia estão presentes nas obras de arte e na coleção única de tecidos em tons de preto e branco, com bordados manuais, que decoram vários objetos.

 

Mandril Arquitetura: Cozinha Torno

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Bruno Reis e Helena Kallas, parceiros, propõem uma área para refeições e convívio familiar. Com uma dimensão de 55m², o plano aproveita a expertise da dupla em conceber, especialmente para a exposição, a série de recipientes e suportes de iluminação apresentada no espaço. Moldadas em torno, ferramenta ancestral que promove a atenção plena durante a ação manual, as peças celebram a matéria-prima e sua trajetória. Os profissionais também criaram os azulejos artesanais que formam o topo da mesa, utilizando um corante azul totalmente natural.

 

Letícia Nannetti: EnCantos

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Retomar o que nos constitui para manter o movimento da vida e seguir sempre em frente é o recado da lavanderia de 35m², que exibe detalhes encantadores e acolhe com conforto e tecnologia quem se dedica aos cuidados com a rotina da casa. “Nosso espaço resgata e valoriza a cultura de Minas Gerais como um tesouro a ser exaltado e protegido”, diz a arquiteta. Em sua concepção, ela reúne materiais naturais, arte, história e peças artesanais de saberes e ofícios antigos como tear, bordado e cerâmica.

 

Pedro Alves, Ana Brandão e Amanda Zillig: Espaço Zenith

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Distribuído entre spa, academia e banheiros, o espaço wellness, de 95m², interpreta a mais elevada experiência de bem-estar e autocuidado: aquela que valoriza a mente sã, em equilíbrio com o corpo e o espírito. Nos acabamentos, pedras naturais, espelhos d’água, vegetação e brises de macramê artesanal compõem um conjunto que reflete aconchego e luxo. “A estética agradável proporciona uma vivência sensorial profunda”, diz Pedro.

 

Paola Ribeiro: Casa Coral Lugar de Afeto

MCA Estudio/CASACOR

Em cada cena da casa de 244 m2, o tema De Presente, o Agora emerge a partir da afetividade. Objetos antigos, que sugerem ser herança de família (pratos, bules, luminárias retrô, um dossel), e uma grande variedade de tecidos com releituras de estampas clássicas aportam memórias, raízes, referências de infância e sensação de acolhimento. Salas de estar, jantar e TV (com escritório), quarto, banheiro, cozinha e sala de almoço ostentam a geometria das listras no teto, nos tecidos, tapetes, luminárias e móveis.

 

Renata Guastelli Paisagismo: Conexão Natural

MCA Estudio/CASACOR

Em cada cena da casa de 244 m2, o tema De Presente, o Agora emerge a partir da afetividade. Objetos antigos, que sugerem ser herança de família (pratos, bules, luminárias retrô, um dossel), e uma grande variedade de tecidos com releituras de estampas clássicas aportam memórias, raízes, referências de infância e sensação de acolhimento. Salas de estar, jantar e TV (com escritório), quarto, banheiro, cozinha e sala de almoço ostentam a geometria das listras no teto, nos tecidos, tapetes, luminárias e móveis.

 

Carol Miluzzi Arquitetura: Casa Legado

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Na sala e cozinha idealizadas pela arquiteta Carol Miluzzi e seu sócio, o engenheiro Willian Vasconcelos, o fogo da lareira, acomodado na peça desenhada por Gustavo Neves, é central. Ao redor, a pintura digitalizada do artista Dominique Jardy estampa as paredes. A criteriosa seleção de itens herdados e reaproveitados constitui a maior parte do mobiliário, que transita entre o brasileiro dos anos 1950, o francês do século 19, mobília de família e peças de design contemporâneo. Assim, o espaço de 56m² ressalta a lembrança dos antepassados e o desejo de um futuro que retire da natureza apenas o necessário.

 

Ana Weege: Estúdio Âmago

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No living com copa, de 67m², a proposta é transcender o tempo e mergulhar no cerne do presente. A partir da escolha de materiais sustentáveis produzidos por artesãs no interior paulista, que ressaltam o zelo com a natureza, o ambiente intimista incita os observadores a refletir sobre a herança que deixaremos para as próximas gerações. No décor, com mobiliário autoral e de época, destacam-se o biombo de palha de taboa e as paredes revestidas de fibra de coco.

 

Viganó Arquitetura: Estúdio Laços da Arte

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Representando a arte transmitida de geração a geração, muitas obras de artistas consagrados se espalham pelos 55m² do estúdio concebido por Luciana Viganó. Composto por sala, quarto, cozinha, banheiro e jardim, o espaço espelha a individualidade do morador na escolha dos móveis e objetos. A facilidade da vida contemporânea se apresenta na automação de sistemas e no uso de superfícies como aço e vidro, em contraste com a massa texturizada da bancada – tradição nas residências de descendentes de italianos em Caxias do Sul, RS, cidade natal da arquiteta.

 

Barbara Dundes: Casa Tao

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Compreender o universo, a natureza e a constância de seus ciclos é o propósito desta casa de 60m², guiada por um termo da filosofia chinesa: tao, que em mandarim pode significar caminho ou método. O conceito abrange a jornada que torna cada coisa o que ela é – incluindo a história de sua matéria-prima e a da mão de obra utilizada em sua construção. “A respiração de cada pessoa envolvida nesses processos também contribui para a singularidade de um ambiente”, explica a arquiteta. Uma árvore traz a sensação de frescor e alívio. Já as paredes de inox desenham reflexos sóbrios e destacam as cores do entorno.

 

Monik Arquitetura e Interiores: Raízes

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O desenho pintado à mão sobre os azulejos logo na entrada e o painel amadeirado em formato orgânico nas cabines são os pontos focais do banheiro funcional de 36m² assinado por Monik Santos. Princípios da biofilia justificam os traços que remetem a formas da natureza, adotados para resgatar nossa origem e criar um cenário de contemplação. A arquiteta almeja instigar uma reflexão sobre a atual sociedade multicultural: nela, ter raízes é o que nos torna seres individuais e, ao mesmo tempo, plurais.

 

Flavia Burin e Bruna Moretti: Café Isabela Akkari

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Que ancestrais queremos ser? Com esse questionamento em mente, as arquitetas do Studio HA elaboraram uma proposta que valoriza o belo e oferece um sentimento de esperança por meio de tons de rosa acolhedores, formatos fluidos, forro de tecido e cenários que estimulam a proximidade com o outro. “Gostaríamos de ser lembradas como pessoas que geraram olhares maravilhados, que propagaram verdade e beleza, que aqueceram corações”, sintetiza a dupla. Comandado pela chef Isabela Akkari, o café de 215m² possui cinco setores: cozinha, sala privada, salão com mesas, área de serviços e atendimento.

 

Melina Romano: Caminhos Portinari

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Quatro novos talentos das artes visuais e do design brasileiro inspiraram esta casa de 200m²: um tríptico de Anthony Mazza é o destaque da sala, uma instalação sensorial assinada por Aline Matsumoto ocupa o centro do jardim de inverno, os utilitários feitos à mão em formato orgânico por Isadora Mourão preenchem a cozinha, e esculturas de Lucas Simões decoram o quarto. A ideia é proporcionar, dentro da mostra, mais um circuito cultural para o visitante, em consonância com o histórico artístico da Portinari, marca que apoia o espaço.

 

Elaine Kalil Paisagismo: Simplicidade Atenta

MCA Estudio/CASACOR

Clúsia, palmeira rabo-de-raposa, costela-de-adão, barriga-de-sapo e musgos estão entre as plantas selecionadas para o jardim tropical, que serve de entrada e contorno à tiny house vizinha, em uma composição que acena com a alegria e a simplicidade da natureza. Repleta de tons verdes vibrantes, aromas sedutores e texturas exóticas, a área de 36m² expõe rochas cenográficas da artista Marina Gallo, que originam uma paisagem única.

 

Sabugosa Arquitetura: Steel House

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Assim como uma editora de livros traduz nossas experiências para vários idiomas, esta casa amplifica diversas vozes, sejam indígenas, científicas ou poéticas”, explica o arquiteto. A morada de 89m² com área de banho externa foi erguida com steel frame. A estrutura leve de aço galvanizado agiliza a montagem, viabiliza uma construção seca e reduz o consumo de água e a geração de resíduos, além de permitir a remontagem da residência em outro lugar. Entre os destaques estão o óculo (janela redonda) do living e a luminária de papel do artista Thomaz Velho no quarto.

 

Letícia Granero Interiores: Um Dia de Cada Vez

MCA Estudio/CASACOR

Em uma realidade na qual muitas pessoas enfrentam níveis elevados de estresse e de ansiedade, preocupadas com o que está por vir ou presas a problemas pregressos, a designer de interiores propõe uma ilha de conforto de 148m² para desfrutar o instante com tranquilidade. As pedras em diferentes tons representam a complexidade de nossas emoções diárias, enquanto a paleta de cores evoca o aconchego. A ampla presença da madeira estabelece uma ligação com a natureza, reforçada pelo quadro que retrata o oceano e pelo lustre inspirado nas ondas do mar.

 

SALA2 Arquitetura: Casa Urucum

MCA Estudio/CASACOR

Urucum, vermelho em tupi-guarani, também designa uma planta nativa da região amazônica utilizada como corante. O termo influenciou a arquiteta Vanessa Martins Miranda e seu sócio, Eduardo Miranda, no desenho desta casa de 71m², que busca na arquitetura vernacular uma maneira de honrar a herança indígena do Brasil. A abóbada remete a uma oca, a padronagem trançada do forro de madeira evoca técnicas artesanais e o granito avermelhado ressalta a riqueza dos recursos naturais. Já o volume de inox representa uma visão futurista, de inovação e progresso.

 

Altera Arquitetura: Ecos do Passado

MCA Estudio/CASACOR

Como se traçasse uma linha do tempo desde a pré-história, o arquiteto Renan Altera acrescenta a este loft de 71m² exemplos do legado arquitetônico da humanidade no morar contemporâneo. Texturas que remetem às cavernas, arcos da Roma antiga, vitrais da Idade Média e até a simetria neoclássica na cozinha dialogam com homenagens e reinvenções de elementos de diferentes eras e tradições. Uma claraboia introduz luz natural de maneira suave e difusa e o jardim cumpre a intenção de aportar saúde e bem-estar. O futuro é retratado na abordagem sustentável dos fornecedores.

 

Laura Rocha: Living Piano Casa Cosentino

Adriano Pacelli/CASACOR

Em meio à agitação da vida urbana, os 156m² com lounge, cozinha, bar e jardim de inverno estimulam a relaxar e apreciar uma pausa. Em ocasiões especiais durante a mostra, a trilha sonora virá da música tocada ao piano da centenária marca americana Steinway. Ao seu redor, vários modelos dos revestimentos Dekton e Silestone, da Cosentino, aparecem nos pisos, nas paredes e em peças de mobiliário. Lançamento no Brasil, o padrão Khalo reveste as bancadas e a ilha. Um painel de linho, no qual uma paisagem foi pintada à mão, complementa o paisagismo assinado por Alex Hanazaki.

 

Fernanda Rubatino: Home Cine Noir

MCA Estudio/CASACOR

Peças duradouras e atemporais que atravessam gerações concretizam o tema De Presente, o Agora neste home cinema de 80m². Aqui, a grande estrela é a tela de 163”, que, junto das bancadas de inox, invoca um futuro high-tech. Poltronas estofadas com couro berinjela e mesas de centro de quartzito levigado sobressaem no mobiliário. Desenhada pela arquiteta, a tapeçaria de 5 m em formato orgânico emprega ráfia e folhas de bananeira. Fibras naturais também aparecem nas estruturas circulares pendentes entre os equipamentos de ar condicionado.

 

Gabriel Fernandes: Casa Veredas Simonetto

MCA Estudio/CASACOR

Despertar reminiscências do imaginário rural é o intuito desta casa de 120m², que homenageia a vida caipira. O hall de entrada se conecta ao ato de costurar por meio da obra-instalação A Costura do Erro, de Adrianna Eu; o fogão é a lenha; e um oratório na saída lembra a importância de agradecer. Desafio técnico do projeto, a estante que viaja até o forro abriga blocos modelados por mulheres atendidas pelo Instituto Maria do Barro, de Brasília. Cada tijolo contido nos nichos representa a maneira como sua autora enxerga a casa. Atrás do sofá, mais uma joia: o painel montado com um antigo piso cerâmico de Francisco Brennand.

 

Adriana Farias: Hutukara

MCA Estudio/CASACOR

Na cultura ianomâmi, hutukara quer dizer mãe natureza e mãe terra, aquela que alimenta, acolhe e cura. A tradução desse conceito em um ambiente funcional resulta em um banheiro de 37m² cujo intuito é criar a sensação de estar dentro da floresta. O teto curvo em tons de marrom, verde e azul simboliza a copa das árvores, as paredes no padrão da madeira jatobá remetem aos troncos, e o quartzito da pia reproduz as cores da vitória-régia, espécie que nasce e floresce nas águas do Rio Negro, no Amazonas. Ladrilhos hidráulicos com grafismos indígenas formam um grande painel que expressa pensamentos, experiências e vivências.

 

Dani Guardini e Adriano Stancati: Ristorantino Caffè

MCA Estudio/CASACOR

Impossível entrar no salão do Ristorantino e não olhar para cima: projetado com técnicas paramétricas e inteligência artificial, o imponente forro de MDF que sobrevoa os 339m² como uma nuvem gigantesca é o que primeiro captura a atenção – provavelmente seguido das bancadas e tampos de quartzito blue deep. O clima futurista com toques de maximalismo idealizado pelo escritório Guardini Stancati é regado a abundante luz natural e princípios biofílicos.

 

LP+A: Conexão by Minimal Design 

MCA Estudio/CASACOR

Cinco arquitetas respondem por este coworking de 143m²: Isabella Leonetti, Mariana Paquier, Alessandra Ruiz, Pierina Piemonte e Carolina Correia. Logo, a escolha pelo poder do feminino como mote para a linguagem mostrou-se como caminho natural. “Assim como o útero abriga e nutre a vida, nosso espaço é um santuário do afeto, um ventre acolhedor que celebra a energia da mulher e a força da criação”, explicam. Para orquestrar esse senso de pertencimento, o escritório empregou formas curvas e orgânicas, cores quentes e neutras e um mural com arte urbana. O mobiliário é da Minimal Design.

 

Zanardo Paisagismo: Praça Tekohá

MCA Estudio/CASACOR

Em guarani, tekohá significa o lugar onde somos o que somos: terra, floresta, campos, cursos d’água e plantas, enfim, o território onde o modo de vida indígena se desenvolve. Dessa noção emerge a praça de 129m², que conta também com hall de entrada e um grande living. A ponte com a natureza se dá por meio do mobiliário feito de árvores caídas, do lustre confeccionado de um galho, do muxarabi de madeira e, claro, do painel fotográfico O Tronco, de Marcelo Menezes. Há também exemplares de bancos esculpidos por Kulikyrda Mehinaku, que representam os animais nativos do Território Indígena do Xingu.

 

Renata Patelli Arquitetura: Espaço Brennand

MCA Estudio/CASACOR

Diversas religiões e crenças sugerem que o ser humano nasceu do barro, e o sopro divino no punhado de terra úmida produziu também arte, cultura e amor. Com a terra molhada, carregada dessa simbologia, se faz a argila: ingrediente básico da cerâmica. O material marca toda a vida e carreira de Francisco Brennand (1927-2019), fundador da oficina batizada com seu sobrenome, que comparece à mostra com a loja de 48m². No centro do ambiente proposto por Renata Patelli e seus sócios, Victor Linhares e Ivan Farha, o forno representa o processo de queima das peças e remete ao calor do ninho. Afinal, o ovo é um elemento recorrente na obra do artista pernambucano.

 

Eduardo Baldelomar: Ceiba Camba

MCA Estudio/CASACOR

A diversidade cultural e natural da Bolívia irrompe na ótica de 54m² montada para a Gustavo Eyewear, que toma uma árvore emblemática de sua flora como ponto de partida. A paleta veste as cores da Ceiba camba, espécie de paineira, e tinge de rosa e amarelo o mobiliário. O mosaico, executado em cerâmica pelo artista Andrés Fenix, conterrâneo do arquiteto, aparece em dois paineis. Ao fim do evento, eles serão doados para uma ONG que trabalha pela preservação da biodiversidade do país andino.

 

Marina Salomão: Sertões do Saber

MCA Estudio/CASACOR

Influenciada pelo clássico da literatura brasileira Os Sertões, de Euclides da Cunha, a livraria Unisaber, de 68m², invoca a história do cangaço para refletir sobre a passagem do tempo. Assim, ganham protagonismo elementos das construções nordestinas, que espelham as condições climáticas regionais e utilizam matérias-primas como barro, fibras e madeiras. A palha reveste a parte inferior e as colunas das estantes, que expõem publicações dos mais diversos gêneros; a poltrona de couro caramelo alude à vestimenta sertaneja; e o sofá curvo off-white confere aconchego, além de contribuir para o cenário com uma dose de modernidade.

 

Blaia e Moura Arquitetos: A Resposta

MCA Estudio/CASACOR

Unir o encanto do artesanal com a contemporaneidade é a proposta dos arquitetos Lucas Blaia e Bruno Moura para a loja da Feira na Rosenbaum. Respeitando a arquitetura modernista do Conjunto Nacional, o espaço de 55m² se fundamenta em obras artísticas de crochê confeccionadas com linhas que seriam descartadas, além de uma instalação maior feita de palha. Já a paleta de cores em tons de terracota, sugestionada pelo bioma Amazônia, é complementada por madeira e pelo piso composto de sobras de cacos de mármore.

 

Eloy Fichberg e Felipe Fichberg: Casaviva

MCA Estudio/CASACOR

O uso de materiais naturais na vida cotidiana remonta aos primórdios da civilização: terra, fibras, pedra e madeira funcionam como ferramentas e integram até hoje a arquitetura de nossas moradas. Pautando-se nessas técnicas e reiterando a interconexão entre pessoas e natureza, o Trees Arquitetura projetou esta casa, que funcionará, durante o evento, como o escritório da plataforma de entretenimento Aviva. Em 109m², madeira de reflorestamento, vasos e lustres de barro, além de tapetes de sisal e de couro reciclado, compõem um ambiente aconchegante. Repare na grande tela do artista Siron Franco posicionada atrás do sofá.

 

Rafa Zampini Arquitetura: Bar Adorado

Carlos Oliver/CASACOR

Por trás de uma acolhedora recepção e de uma passarela envolvida por cortinas de veludo se esconde o bar secreto de 120m², no melhor estilo speakeasy. Operado pelo Guilhotina, ele propõe uma pausa na agitação, um lugar para conversar baixo ao som de boa música em lounges privativos. O palco móvel para pequenas apresentações, as luzes que geram cenários diversos e o balcão esculpido em mármore ditam a atmosfera. Assinados pelo arquiteto, os móveis atemporais ganham a companhia de peças de couro, espelhos e das pinturas realistas do artista Lucio Carvalho.

 

Ester Carro: Casa do Wallece

Estreia em Junho.

 

Instalações Artísticas

Alexandre Salles: Terreiro

Alexandre Salles, arquiteto e mestre em Semiótica Urbana pela FAU-USP, traz para a CASACOR 2024 um projeto inovador, inspirado na interação social dos quintais, tradicionalmente espaços de convívio no contexto do samba e do candomblé. Utilizando inteligência artificial, ele reinventa a materialidade do ambiente, incorporando elementos simbólicos, texturas e formas que evocam uma narrativa visual negra, destacando a cultura e a história afro-brasileira. O projeto apresenta um terreiro contemporâneo, onde a terra batida e as paredes de taipa são transformadas em um espaço dinâmico e significativo, que convida os visitantes a explorar e refletir sobre a riqueza da herança cultural do Brasil.

 

Denilson Baniwa

Fazendo um convite a viajar pelo tema, as boas-vindas à mostra é com a instalação em dois atos do amazonense Denilson Baniwa, artista visual e defensor dos direitos dos povos originários que, por meio de seus trabalhos, busca a construção de uma imagética indígena. Além de celebrar essa ancestralidade na CASACOR, este ano ele também integra a Bienal de Veneza como parte da equipe curatorial do pavilhão brasileiro.

 

Henrique Oliveira

Henrique Oliveira traz para a mostra a obra Memento Habilis (2023), uma instalação artística de formas orgânicas que se assemelham a vegetais e animais, sem, no entanto, se definir como tais. Feita a partir dos resíduos de madeira provenientes de tapumes e canteiros de construções, Oliveira desafia a dicotomia entre espaço natural e arquitetônico, entre natureza e humano.

 

Ecos Armoriais

Pedro Ariel Santana, que faz parte do time curador, se junta a Rodrigo Ambrósio na exposição coletiva Ecos Armoriais, que reúne 25 artistas do sertão nordestino e que, 50 anos depois do início, mantêm viva a chama do Movimento Armorial, fundado por Ariano Suassuna em 1970, com a intenção de realizar uma arte autêntica brasileira baseada nas raízes populares. A exposição na CASACOR, traz artistas em atividade e une elementos ancestrais da cultura nordestina com uma linguagem contemporânea, criando poéticas que dialogam entre si e formam um panorama atual do Nordeste, mostrando que a região é plural, viva e respeitosa com as suas tradições.

 

 

CASACOR São Paulo 2024

Onde: Conjunto Nacional (Av Paulista, 2073)

Quando: de 21 de maio a 28 de julho de 2024

Horário: terça a Sábado das 12 às 22h, domingos e feriados das 11 às 21h

Bilheteria digital: https://appcasacor.com.br/en/events/sao-paulo-2024

 

 

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