Fizemos uma viagem incrível para Lima, Cusco e Machu Picchu – confira nossas dicas!

Nós sempre sonhamos em ir para o Peru, especialmente para as ruínas mágicas de Machu Picchu. Em março, a Pontos Multiplus nos deu uma ajudinha e conseguimos realizar esse desejo. Fizemos um roteiro condensado, mas completo, com Lima, Cusco e Machu Picchu em seis dias. Se você ainda não conhece o destino e morre de vontade de ir, nós temos dicas imperdíveis e já queremos voltar. Confira:

 

DIA 1: Lima

Lima é uma das poucas capitais no mundo que fica em frente ao mar. Mas, justamente por isso (e por a água ser tão fria que é possível encontrar pinguins), o tempo é geralmente nublado. A capital peruana foi construída em um deserto e, como chove muito pouco, a água vem das Cordilheiras dos Andes.

Por lá, 70% dos bairros têm as mesmas características: são limpos e têm com muitos parques e praças. O que percebemos é que a população acredita muito na força da energia e dos pensamentos. Há muitos lugares esotéricos e místicos apesar de grande parte da população ser católica. Outro ponto que chamou nossa atenção é que encontramos comida orgânica em quase todos os lugares.

Bem parecida com São Paulo, a cidade sofre com trânsito é caótico, com muitas buzinadas e quase nenhum semáforo. Uma informação importante é a que a moeda local é o Nuevo Soles. A conversão é aproximadamente R$0,85 = $1 NS.

 

Miraflores

Miraflores é um bairro lindo e nos conquistou. É um dos quarenta e três distritos que formam a Província de Lima e é o mais procurado e visitado pelos turistas. Tem muitos parques e praças, com muita gente aproveitando os gramados.

 

Café de Lima

Claraboia, árvore gigante, pé-direito duplo e muita luz natural compõem o mood do Café de Lima. Com mezanino, cozinha aberta e pinturas geométricas na parede, o espaço tem uma comida maravilhosa. O banheiro também é um destaque do décor, com painéis de madeira e papel de parede com foto da cidade.

 

Huaca Pucllana

A Huaca Pucllana é um templo sagrado pré-inca (século VI d.C.) formado por uma grande pirâmide de barro construída a partir de sete plataformas escalonadas. É um dos sítios arqueológicos mais conservados e visitados de Lima. O Peru é o segundo país do mundo construído em um deserto. Como não chove, o templo está intacto. As entradas custam 15 e 17 Nuevo Soles, dependendo do dia.

 

Catedral de Lima

A catedral é uma aula da história da colonização da cidade. Ali se encontra o túmulo de Francisco Pizarro, conquistador do país. A história de sua vida é contada no mesmo ambiente e, acima do túmulo, fica o escudo do Peru, conhecido como a terra dos reis. A entrada custa 4 Nuevo Soles.

 

Museo Convento Santo Domingo

A arquitetura do Museo Convento Santo Domingo mescla os estilos barroco e árabe, com azulejos pintados a mão trazidos da Espanha. Impressiona a riqueza dos detalhes. Visitamos criptas e entendemos toda a história, desde a chegada dos espanhóis no país. Parada obrigatória! No meio, um jardim majestoso é rodeado pelos arcos coloridos que sustentam a construção. A primeira biblioteca da cidade, fundada em 1535 (no mesmo ano Lima já tinha sua primeira faculdade), também fica ali. A entrada custa 15 Nuevos Soles.

 

Circuito Mágico del Água

No Parque de la Reserva, o espetáculo do Circuito Mágico del Água acontece ao anoitecer e custa 4 Nuevo Soles por pessoa. O espaço é o maior complexo de fontes do mundo, com recorde do Guinness World Records. Ao todo, são 13 fontes cibernéticas que usam música, água, som e luzes durante as apresentações.

 

Onde nos hospedamos em Lima: Libre Hotel

O Libre Hotel é bem localizado, confortável e tem um ótimo café da manhã. Nossa estadia de dois dias custou 414 Nuevo Soles (aproximadamente R$352).

 

DIA 2 (parte 1): Lima

Palacio de Gobierno del Perú

Com estilo neobarroco, o Palacio é a residência oficial do presidente do país e é a sede do Poder Executivo. Foi construído em 1937 pelo arquiteto peruano Ricardo de Jaxa Malachowski, que assina mais de 15 edifícios importantes em Lima.

 

Parque La Amistad

(foto: @leandrostive)

O enorme arco barroco colorido (um mosaico de 29 metros de altura) já vale a visita do Parque La Amistad. São 30 mil metros quadrados – por ali dá para andar de pedalinho em um lago artificial e conhecer a Surcanito 237, uma locomotora a vapor que data de 1926.

 

Parque del Amor

A arte ao ar livre é a grande beleza do Parque del Amor, inaugurado no Dia dos Namorados do ano de 1993. A vista para o mar, os mosaicos coloridos e a escultura El Beso, do artista peruano Victor Delfín, já valem a visita.

 

DIA 2 (parte 2): Cusco

Fomos bem recebidos e logo começamos a tomar o chá de coca. Para quem não sabe, Cusco fica a três mil metros de altitude e os passeios chegam até cinco mil metros. Sonhamos muito em visitar Cusco e foi emocionante finalmente chegar ali – sentimos uma energia muito boa.

O artesanato é muito presente e fomenta a economia local, já que o turismo é o carro-chefe por aqui. Quem quiser comprar artesanato e presentes locais, a dica é comprar em Cusco mesmo. Em Machu Picchu os preços sobem e as peças acabam custando o dobro. O “S” que é tão visto nas paredes quer dizer que o local é seguro caso de terremoto.

 

Onde nos hospedamos em Cusco: Los Portales Hotel

O fica na avenida principal da cidade: Av. El Sol.

 

Don Thomas

Almoçamos no Don Thomas. Comemos muito bem, mas infelizmente não deu tempo de tirar foto. O almoço custou 42 soles (aproximadamente R$36).

 

Plaza de Armas del Cusco

Um dos pontos principais da cidade, a Plaza de Armas é é super gostosa e o cenário com as montanhas, ao fundo, é lindo. Fomos no finalzinho da tarde, já com o sol se pondo.

A Catedral de Cusco tem estilo gótico, barroco e renascentista, e é um dos mais lindos monumentos arquitetônicos da América. Foi edificada com enormes blocos de pedra tiradas de Sacsayhuaman, um local que também visitamos. Custa 25 NS por pessoa (R$22) e vale a visita! Hoje também funciona como um museu de arte. Dentro da igreja você pode observar nos detalhes a mistura católica, andina e inca.

 

Mercado San Pedro

Parecido com o nosso Mercado Municipal, o Mercado San Pedro foi onde compramos os presentes e artesanato locais. Têm um pouco de tudo, inclusive frutas e comida.

 

Museu de Chocolate

Apesar do nome, o endereço é mais uma loja e não tanto um museu. Tem uma grande diversidade de tipos de chocolate e vale a visita também pelo prédio, com arcos e antigo.

 

Incanto

Jantamos na pizzaria Incanto. Foi um dos melhores lugares que fomos e é a dica gastronômica do momento. O vinho custou 20 soles (R$17); o pisco, 30 (R$26) e, a pizza, 39 (R$33).

 

DIA 3: Cusco

No terceiro dia, fizemos quatro passeios arqueológicos em Cusco. O que mais impressiona é a conexão deles com a cosmologia, astrologia, numerologia e energia. O compromisso com a “Pacha Mama” (Mãe Terra) é latente por aqui. Todos os passeios que fizemos fechamos com a Latam, usando pontos da Multiplus. Escolhemos a agência Viajes Pacífico, que usamos durante toda a viagem (inclusive em Lima).

 

Sacsayhuaman

O primeiro passeio foi à fortaleza inca Sacsayhuaman, hoje em ruínas. A construção foi iniciada pelo inca Pachacuti, antes de 1438, e as pedras dali  foram encaixadas com uma precisão quase inimaginável. Difícil decifrar como conseguiram cortar as pedras com tal precisão – nem mesmo a lâmina de uma faca cabe entre elas. A forma como foi construída, com blocos de pedra (os mais altos chegam quase aos nove metros de altura), é sua principal característica.

Pensa-se que o lugar costumava ser uma fortaleza militar onde guerreiros eram treinados, mas, pela sua arquitetura, pode ser que tenha servido para fins religiosos e tenha sido construído como um grande templo em homenagem ao deus sol.

 

Q’Enqo

Pedras esculpidas que não puderam ser destruídas pelos espanhóis compõem o complexo arqueológico de Q’Enqo. Pouco sobrou das trilhas e aquedutos, e já não estão os gabinetes, os depósitos ou os banhos litúrgicos. Apesar da degradação que sofreu durante a colonização, o lugar ainda é impressionante e colossal.

 

Greens Organic

Fizemos uma parada no Greens Organic. O restaurante é lindo, gostoso e orgânico, com opções vegetarianas. O décor conta com muita madeira e luz natural. O almoço custou 74 NS (R$63).

 

Mercado San Pedro

Depois, fomos conhecer o Mercado San Pedro. O mercado, também no estilo de mercado municipal, tem muitos produtos locais.

 

Convento de Santo Domingo

Nós morremos de amor pela arquitetura do Convento, que data de antes da colonização. Construído entre 1534 e 1650, o local teve grande parte destruída em um terremoto – apenas restou a estrutura inca original. Assim como muitas construções da região, não leva argamassa, mas pedras polidas encaixadas, e hoje é à prova de terremotos. No interior, teto pintado à mão pelos espanhóis. A entrada custa 15 soles (R$13).

A catedral é igualmente linda e também funciona como museu de obras de arte. Infelizmente, não é permitido fotografar o interior. Custa 25 soles (R$22).

 

DIA 4: Machu Picchu

De Cusco, fizemos uma viagem de trem (dura 1h40) para chegar até Machu Picchu. Os vagões têm janelas laterais e superiores e a viagem é uma delícia. Custou 152 NS por pessoa (R$130) e tem serviço de bordo à parte. Da estação mais próxima das ruínas, pegamos um ônibus para subir. A passagem de ida e volta custa 48 soles por pessoa (R$41).

É possível fazer um bate e volta para lá, que foi o que escolhemos. E preferimos visitar as ruínas na parte da manhã (a outra opção é à tarde). Vale lembrar que a entrada no local é limitada. Custa 70 soles para entrar (R$60) e o percurso dura 2h30, mas você pode ficar mais tempo se quiser.

 

Machu Picchu

Chegar nas ruínas foi muito emocionante – foi a realização de um sonho. O império inca de Machu Picchu foi baseado em três pilares: espiritualidade, força e sabedoria. A arquitetura inca tem um quê de imersão. A cidade começou a ser construída em 1450 com técnicas avançadas pensadas para aguentar chuvas e terremotos.

Na época, astrologia e arquitetura caminhavam juntas. Enquanto caminhamos pelas ruínas, entendemos a adoração às montanhas e ao sol. Os solstícios foram levados em consideração para a construção de Machu Picchu – um dos monumentos era usado para distinguir a época do ano, por meio das sombras, o que auxiliava toda a produção agrícola.

Os incas escolheram este lugar tão alto para estarem mais conectados com o mundo superior, tendo mais harmonia, equilíbrio e paz. E é possível sentir tudo isso por ali. Realmente saímos daqui diferentes de como chegamos.

Dica: o desgaste físico em Machu Picchu é grande – no dia, andamos mais de sete quilômetros. Por isso, durma cedo no dia anterior, descanse, e se hidrate bem. Quanto à altitude, achamos bem mais tranquilo do que em Cusco.

 

DIA 5: Cusco

 

Awana Kancha

De volta a Cusco, usamos o quinto dia de viagem para conhecer o pueblo de Awana Kancha, que é ótimo para conhecer os animais da região: alpacas e lhamas (todos da família dos camelos). Também conhecemos o processo de pigmentação têxtil, que é 100% natural e observamos os locais fazendo tecelagem manual. Um tapete, por exemplo, demora um mês para ficar pronto.

 

Vale Sagrado

O Vale Sagrado dos incas é um dos lugares mais visitados pelos turistas e é onde fica a maior plantação de milho, com mais de 800 espécies. A vista é maravilhosa.

 

Písac

Chegamos em pleno Carnaval. A cidade fica a 33 km de Cusco, e o local é um dos mais importantes do Vale Sagrado. Uma das características mais interessantes é que o povoado é dividido entre a parte inca e a parte colonial.

 

Tunupa

Paramos em Tunupa para almoçar. Foi uma experiência imperdível, com música ao vivo e um rio próximo. O espaço é bem rústico, com muita madeira e vigas aparentes.

Uma coisa que percebemos durante a viagem no Peru, mas ficou muito claro por lá, é a relação com a comida. Eles acreditam que o nosso corpo é um templo sagrado, que precisa ser cuidado. Eles não comem carne vermelha (tem opção para os turistas, mas nós acabamos não comendo), tem muita base de salada, grãos e frutas, que são as sobremesas. No café da manhã não tem bolo, nem nada disso – de doce, só fruta. Eles são super saudáveis e muito conscientes quanto ao impacto ambiental. A qualidade de vida é completamente diferente. Eles vivem até os 105 anos e a maioria das pessoas tem morte natural. As doenças menos graves (dor de cabeça, gastrite) são tratadas com ervas, tudo na base do chá. Eles tomam chás todos os dias.

 

Ollantaytambo

Depois do almoço, seguimos para Ollantaytambo, outra obra de arquitetura dos incas. Na verdade, é a única cidade peruana da era inca que ainda é habitada e costumava ser um complexo militar, religioso, administrativo e agrícola. Vale a pena subir os degraus e ter uma vista linda da região.

 

 

Dicas úteis:

  • Seis dias no Peru não foram suficientes – se programe para passar 10 dias!
  • Se possível, sempre prefira os tours guiados, que fazem toda a diferença.
  • Não deixe de provar as comidas e bebidas locais.
  • Lembre-se de usar roupas leves e confortáveis.
  • Gastamos uma média de 100 soles por refeição (para duas pessoas), o que equivale a R$85, mas muitos passeios já incluem o almoço.
  • Evitem viajar para lá durante os meses de junho a agosto, porque nos disseram que as filas e o trânsito ficam impossíveis.

 

 

Para encerrar, queria dividir com vocês um pouco de como me senti. Foi a primeira viagem que levamos apenas a mala de mão (repetimos roupa vários dias) e tivemos todos os cuidados com o corpo, o que incluiu descansar, não usar maquiagem. Também saímos para jantar sem celular, coisas que não havíamos experimentado antes.

Acho que foi a viagem que ficamos mais em silêncio, escutando, perguntando, observando e vivendo plenamente os momentos, o que é muito diferente de apenas registrar lugares lindos. Não sei se vocês já experimentaram, mas é transformador.